fevereiro | 2014 | A Kombi Manivela

Estava eu e a Mani, todo pomposo e pomposa, respectivamente, voltando ao nosso lar num final de um domingo ensolarado.
Eu havia passado o dia com minha namorada na casa dela, e no final da tarde, resolvi sair para pedalar. Acontece que, naquele dia, minha bike não estava dentro da Kombi, como às vezes eu deixo. Pois bem, dei uma bitoca na digníssima e pus-me no caminho de casa. Faltando apenas uma quadra, uma mísera quadrinha, eu tenho uma bela de uma surpresa.

A rua que eu sempre peguei pra me locomover pelo meu bairro, é uma preferencial que sai quase em frente meu lar doce lar. Há um lote baldio, no qual um senhor planta seu milho para depois preparar deliciosas pamonhas. Ali no canto da esquina e do milharal (mas totalmente visível, diga-se de passagem) há uma placa vermelha escrito PARE com sua tipografia característica.

Pois bem, o dito sujeito que dirigia seu Uno todo pimpão, não respeitou a placa, muito menos o “miarar” e se enfiou com seu Fiat na lateral da minha pobre e azulada Kombia. Eu lembro de tudo como se fosse em câmera lenta. Lembro do Uno aparecer no campo da visão periférica e do meu reflexo ao tentar puxar o volantes para a direita e me safar. Lembro também de tentar pisar no freio, mas não. Nada disso resolveu. O cara me acertou em cheio atrás da porta do motorista e me jogou em cima da calçada de uma Auto Elétrica. Nesse lindo e elegante passeio, atropelei dois postinhos de concreto (desses que a prefeitura coloca nas esquinas) e derrubei um posto de metal, que servia de iluminação ao pátio da elétrica.

No frigir dos ovos, mesmo de cinto, bati minha cabeça na lateral da Kombi e fiz um corte. Desci atordoado e já olhando pros estragos. Quando coloquei a mão na cabeça, MANO, MANO, você não sabe o que é ter a cabeça sangrando e não ter ideia de como está sua cuca e o que pode acontecer a qualquer momento. Pra facilitar tudo, meu celular tinha ficado em casa (sem bateria – tenho o hábito de deixar meu celular em qualquer canto) e não tinha como avisar ninguém de tal arranhão sofrido.

Chamaram bombeiros e o Seo Bombeiro me disse que era precisa me encaminhar ao posto mais próximo (isso do outro lado da cidade) para que o médico me desse pontos. Ok, catei as chaves, documentos e tudo mais, emprestei um telefone de uma vizinha que chegou tremendo (mais do que eu) e liguei pra minha namorada para explicar-lhe o ocorrido.

Lá no posto, pontos feitos, remédios comprados, patati, patatá, ganhei carona pra casa e a Kombi já estava parada na minha calçada. Tinha sido empurrada até lá. Entrei e pisei na embreagem. Pedal todo lascado. Fiz força e consegui engatar a primeira. Liguei e boa. Guardei a danada na garagem e depois disso só tirei uma vez de lá pro senhor da funilaria (que o cara do Uno chamou) foi lá em casa pra dar uma olhada e fazer um orçamento.

No momento ainda não sei como vai ficar, se ela vai essa semana pro conserto ou se ainda procuro outra pessoa pra fazer. O cara do Uno é bem consciente da patcha hagada que ele fez e disse que quer resolver tudo muito logo. Que bom, pelo menos isso.

Por enquanto é isso, vou deixar as fotinhas do dia. E bora lá correr atrás pra Mani voltar ainda mais maneira!